A região vitivinícola de São
Roque, a mais tradicional de São Paulo, receberá pela primeira vez, entre os
dias 10 e 13 de setembro próximo, a versão brasileira do mais importante
concurso de vinhos e destilados do mundo, o Concours Mondial de Bruxelles, em
sua 14ª edição no Brasil.
O evento,
que tem como objetivo avaliar anualmente a produção brasileira de vinhos e
promover o setor vitivinícola no país, funciona como uma ferramenta de
marketing democrática: "as chances de medalha são idênticas para um
pequeno produtor artesanal familiar e para uma grande indústria
exportadora", garante Zoraida Lobato, diretora do evento no Brasil.
As
degustações são sempre às cegas e realizadas por um júri composto
por especialistas, enófilos, enólogos e sommeliers estrangeiros e brasileiros.
"Ao compor o júri, damos preferência a jornalistas especializados, que
invariavelmente ficam impressionados com a qualidade do vinho brasileiro e se
tornam divulgadores do produto e do país no exterior", afirma a executiva.
Este ano
estão inscritas 402 amostras de bebidas, entre vinhos e destilados, segmento no
qual se destaca a nova geração de produtores de cachaça, inteiramente
orientados à produção de bebidas finas de alto padrão de qualidade, com
envelhecimento em barricas de carvalho e outras essências nobres.
A ideia é
criar uma identidade internacional para a cachaça de alto padrão, abrindo novos
mercados consumidores mundo afora para a mais brasileira de todas as bebidas.
Há bebidas de todas as regiões produtoras do país: vinhos da Serra e da
Campanha Gaúchas, da Serra do Sudeste gaúcho; de Pernambuco, do Paraná, Santa
Catarina, Minas Gerais e São Paulo; cachaças do Rio Grande do Sul, de Minas
Gerais, Pernambuco, Goiás, Rio de Janeiro, Paraíba, Maranhão, Bahia, São Paulo
entre outros.
Os cerca
de 15 jurados (procedentes de seis países) avaliarão as amostras em total
concentração, em salas climatizadas do resort Villa Rossa, na paradisíaca
estância climática de São Roque. A cidade foi escolhida por estar em plena fase
de revitalização de sua indústria vitivinícola. Eles têm a missão de selecionar
no máximo 30% das amostras inscritas para receber as medalhas de Grande Ouro,
Ouro e Prata, hierarquia definida pela média das notas alcançadas pelas
amostras na prova às cegas.
Naturalmente, as degustações seguem um rigoroso e
muito bem definido padrão técnico, com o preenchimento de uma ficha de
avaliação padronizada e, entre outras peculiaridades, é rigorosamente proibido
ingerir a bebida que se prova.
Baudouin
Havaux, presidente da Vinopres, empresa belga que organiza o evento em nível
mundial, acompanha há quatorze anos a evolução das bebidas adultas brasileiras,
e afirma que o país atingiu patamar internacional de qualidade. Havaux destaca
a produção de espumantes na Serra Gaúcha, mas também os tintos e brancos de
outras regiões, como a Serra Catarinense e a Campanha Gaúcha.
Em
relação à cachaça, o executivo de Bruxelas lamenta sua pouca disseminação pela
Europa onde, acredita ele, há um vasto mercado potencial para o destilado de
cana de açúcar feito no Brasil. "O consumidor fora do país vê a cachaça
associada à caipirinha. Bem, a caipirinha é mesmo deliciosa, mas as cachaças
envelhecidas também têm enorme potencial para competir com outros destilados,
como o uísque e o brandy, por exemplo", diz Baudouin.
O 14º Concurso
Nacional de Vinhos Finos e Destilados/CMB Brasil tem a organização da empresa
belga Vinopres e da brasileira Market Press Eventos, com o apoio da revista
"Vinho Magazine", da SP Vinho, Sociedade Paulista de Vitivinicultura,
e o patrocínio da Owens-Illinois, fabricante de garrafas, copos e artigos de
vidro para o setor de bebidas finas e do hotel resort Villa Rossa.
Foto: Divulgação Concurso Mundial de Bruxelas - Edição Brasil.
Serviço:
Concurso Mundial de Bruxelas - Brasil
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